A EGS vai retornar a São Paulo.
Em uma coletiva de imprensa ocorrida nesta quarta em São Paulo, a produtora de eventos Oelli confirmou que a feira de games Electronic Game Show terá uma edição brasileira em 2011.
Será de 28 a 30 de outubro, no Transamerica Expo Center,
uma área de eventos nos arredores do luxuoso hotel Transamérica, em São
Paulo. É um local de 33 mil metros quadrados de área útil, com
capacidade para receber 4 mil pessoas. É o mesmo espaço que atualmente
recebe eventos como a Eletrolar (feira de eletrodomésticos) e a Salex
(de equipamentos para festas e fliperamas).
No evento de divulgação, capitaneado pelo executivo belga Bertrand Caudron (ex-Electronic Arts, hoje um conselheiro da Oelli), foram divulgados os nomes das empresas que estão apoiando a EGS 2011: Microsoft, Konami, THQ, Square, Level Up! e Ubisoft (por meio da NC Games)
são algumas das confirmadas até agora. Outras empresas devem ser
reveladas nas próximas semanas, assim como detalhes sobre preços de
ingressos. A expectativa é a de que Nintendo e Sony
engrossem o caldo de participantes em breve. Fica difícil imaginar um
evento de games bem sucedido no Brasil sem a presença das três
principais fabricantes de consoles (além delas, a Microsoft, que já está
confirmada).
Vale ressaltar que, alguns dias antes da EGS, ocorre um outro evento
de games de grande porte no país: de 5 a 9 de outubro rola o Brasil Game Show,
no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Os organizadores
do BGS esperam receber 50 mil pessoas nos cinco dias, divididos entre
conferências e evento aberto ao público. Apesar de a presença de dois
eventos na mesma época traga à tona certa rivalidade (e concorrência de
apoiadores – a Sony, por exemplo, já está confirmada na BGS), me parece
claro que uma feira não concorre exatamente com a outra, visto que cada
uma tem intenções e apelos diferentes (além de obviamente se focarem em
públicos geograficamente distintos).
O Brasil Game Show possui um apelo mais popular, muito porque atende
uma demanda reprimida no Rio, cidade que sempre sofreu com a ausência
desse tipo de evento segmentado. Já São Paulo parece ter enfim definido o
tamanho de seu público cativo, após anos de experimentos bem sucedidos
(ou não) nesse sentido. Tivemos feiras grandes, como a própria EGS, em
dois anos consecutivos (27 mil pessoas passaram pela edição 2005 do
evento); também tivemos eventos menores e mais específicos, ou casados
com outros eventos para públicos diversos; e, desde o ano passado, o Gameworld,
organizado pela Tambor, também entrou para o calendário paulistano. Ou
seja, oportunidades não têm faltado para o público realmente
interessado. Apesar de que, segundo a Oelli, o foco dos esforços da EGS
seria o consumidor casual de games, e não apenas o hardcore.
Mas as perguntas que o ressurgimento da EGS estimulam são
pertinentes: o Brasil precisa de tantos eventos de games tão ambiciosos?
Há tanto público assim disposto a pagar para visitar esse tipo de
acontecimento? O chamado "casual” é mesmo um público capaz de ser
atingido por uma feira de games? Melhor ainda, o mercado brasileiro
suporta tantos eventos? As empresas que estão no Brasil possuem, afinal,
capacidade para investir dinheiro e esforços em tantas oportunidades
assim? Estaria rolando uma nova "bolha” do mercado de games nacional,
ou estamos finalmente vivenciado a tão sonhada estabilidade, aquela que
as empresas tanto alardearam e prometeram lá pelos idos de 2004, 2005… e
que jamais se concretizou na prática (ou será que já e nem percebemos)?
Vale a pena visitar as duas feiras em outubro para tentar responder a essas questões.
Fonte:
http://colunistas.ig.com.br/gamerbr/2011/07/07/feira-egs-volta-a-sao-paulo-%E2%80%93-28-a-30-de-outubro/