O que é? O que faz? Como faz? Pra que serve?
Por Daniel Pavani
Durante o evento Google I/O, que aconteceu em São Francisco, nos EUA,
na semana passada, a gigante das buscas apresentou os computadores que
rodarão o seu sistema operacional Chrome OS, os chamados Chromebooks. O
Chrome OS, sistema operacional levíssimo que funciona nos Chromebooks,
tem como base a cloud computing, computação em nuvem, de forma que todos
os dados trabalhados pelo computador são armazenados na internet, sendo
acessíveis de qualquer lugar onde houver uma conexão disponível.
Assim, não vá esperar encontrar uma área de trabalho ou um
gerenciador de arquivos e diretórios, porque não é assim que este
sistema operacional trabalha – sob o slogan Nothing but the web, ou
seja, Nada a não ser internet, o Chrome OS usa a rede como banco de
dados e algumas coisas vão parecer bastante diferentes do computador com
o qual você está acostumado.
Chrome OS
Criado há cerca de dois anos como um desdobramento do projeto
opensource Chromium (chromium.org), que visava desenvolver um sistema
operacional que fosse mais simples, rápido e seguro para quem passa a
maior parte de seu tempo conectado à internet, o Chrome OS foi lançado
pela Google em meados de 2009 e já em novembro o código do Chrome OS era
(goo.gl/QWbk) disponibilizado para que desenvolvedores parceiros
pudessem ajudar no seu aprimoramento.
Qualquer pessoa que ligue um Chromebook pela primeira vez não poderá
negar que a primeira sensação é a falta de uma área de trabalho. Isso
não existe no Chrome OS, já que a janela de trabalho do usuário é o
próprio navegador, semelhante à do Chrome. Em outras palavras, a tela de
trabalho é como uma janela do navegador Chrome maximizada e com
informações adicionais como nível de bateria, data e hora e nível de
sinal (Wi-Fi ou 3G).
Algumas desvantagens da vida no navegador estão principalmente no
costume que os usuários de PCs – seja Windows ou Linux – e Macs têm de
ver todo o seu conteúdo em pastas, em arquivos, em ícones. No Chrome OS
isso não existe. O usuário consegue trabalhar com as pastas de downloads
do navegador e as pastas de unidades móveis, porém apenas para
visualização. As operações que podem ser feitas são baseadas também na
nuvem, ou seja, o usuário pode baixar arquivos para sua unidade móvel ou
subir arquivos para a nuvem. Mais um detalhe é que os Chromebooks não
possuem disco rígido, utilizando memória de estado sólido (SSD) de 16
GB, o que deixa claro que armazenar milhões de arquivos não é o
propósito do sistema.
Outro detalhe muito importante e que poderá trazer alguns problemas
para usuários comuns é a não possibilidade de instalação de aplicativos
bastante populares como clientes de email, programas de mensagens
instantâneas, editores de imagem, tocadores de vídeo, entre outros.
Porém, a Google possui a Chrome Web Store, que já oferece uma boa
quantidade de aplicativos web que podem ser instalados diretamente no
navegador.
Sempre sincronizado
Para quem tem um smartphone Android fica mais fácil de entender a
sincronização do Chrome OS. Quando o computador é ligado, a primeira
coisa que o usuário tem que fazer é entrar com as informações de login
de sua conta Google. Caso ele não possua uma, pode usar o computador
como visitante. Feito o login, o Chrome OS fará a sincronização dos
dados e informações do usuário, fazendo com que documentos do Google
Docs, fotos do Picasa, compromissos do Google Agenda e todos os outros
serviços da gigante das buscas fiquem constantemente atualizados na
nuvem.
Neste aspecto, é muito interessante a mobilidade que os usuários
passarão a ter. Suponhamos que alguém que possua um Chromebook e não
esteja de posse dele mas tenha um outro disponível, de um amigo, por
exemplo. Entrando com seu login, o Chromebook do amigo sincronizará as
informações do usuário, fazendo com que a máquina fique da mesma forma
que a sua própria, com os mesmo aplicativos, favoritos, histórico de
pesquisa e outras configurações.
Em outras palavras, como as informações dos usuários estão todas na
nuvem, ele utiliza os Chromebooks como simples plataformas de acesso aos
dados.
Cr-48: o primeiro Chromebook
O Cr-48 foi o primeiro notebook a rodar o Chrome OS e foi lançado
pela Google como uma espécie de protótipo do Chromebook, em um modelo
bastante cru, que teve como propósito apresentar o novo sistema para os
desenvolvedores e a imprensa especializada com a intenção de que eles
auxiliassem com o que fosse possível para melhorar a versão final do
sistema operacional.
Sendo assim, é claro que o Cr-48 apresentava muitos defeitos, como
problemas com o trackpad ou no reconhecimento de unidades móveis como
pen drives (goo.gl/ElawQ). Porém, o protótipo já dava uma boa dica do
que se esperar dos Chromebooks, com uma inicialização que podia ser
feita em incríveis 8 segundos, a grande estabilidade e, é claro, a
grande novidade do sistema operacional.
Chromebooks
Na última semana, a Google apresentou (finalmente) os primeiros
notebooks rodando o Chrome OS, feitos em parceria com a Acer e a Samsung
e batizados de Chromebooks. Os dois modelos possuem configurações um
pouco diferentes, sendo que as principais são o tamanho da tela (Samsung
12,1 e Acer 11,6), a duração aproximada da bateria e as saídas de vídeo
(o Acer possui uma saída HDMI).
Por enquanto, porém, o lançamento oficial do dia 15 de junho será
apenas para os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Holanda,
Itália e Espanha, e em mais países nos próximos meses, ainda que não
tenham sido divulgados mais detalhes sobre os planos da empresa. Neste
países, os usuários poderão usar a internet 3G (opcional), já que os
dois modelos possuem um modem embutido para isso.
E a moda pega?
É difícil saber o que virá a seguir, já que este tipo de computador é
algo totalmente novo. Porém, tendo em vista o sucesso de tablets como o
iPad – principalmente – não é difícil de se supor que um computador
voltado para a experiência na internet terá um grande público. Aqui no
Brasil, e principalmente lá fora, as pessoas estão cada vez mais tempo
conectadas e a quantidade de smartphones acessando a internet
diariamente cresce a cada dia – basta olhar para o lado no metrô ou no
ônibus, por exemplo, e alguém estará usando a internet no celular.
Sendo assim, é de se supor que um notebook com uma boa configuração
de hardware e um navegador seguro, rápido e estável como o Chrome fará
sucesso. Resta saber, porém, se o público abraçará a ideia de uma vida
sem área de trabalho, sem pastas, sem arquivos, sem extensões e com a
nova tendência de salvar todas as suas informações na nuvem.
Fonte:; http://br.noticias.yahoo.com/chrome-sistema-operacional-google-te-leva-%C3%A0s-nuvens-043010256.html
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