Segundo especialista, as organizações que querem migrar
seus dados para cloud computing
devem estar cientes de seus direitos e
obrigações.
Por Lucas Callegari, da Computerworld
Em algum momento do futuro, praticamente todas as organizações
acabarão migrando ao menos uma parte de suas funções de TI para cloud
computing. Apesar de ser uma tendência irreversível, as empresas devem
tomar cuidado em saber qual modelo é mais adequado para seu negócio.
Para isso, a confiança no fornecedor é fundamental, segundo o
vice-presidente Administrativo do Gartner, Gene Phifer.
"Não é uma questão de 'se', mas sim de 'quando' as empresas irão
adotar a cloud. Mas é preciso analisar os riscos em relação aos
fornecedores. Nem todos são confiáveis, muitos deles não são
transparentes, são opacos”, afirmou o especialista durante a décima
edição da Conferência de Tecnologias Empresariais do Gartner, realizado
em São Paulo.
Para Phifer, as empresas que querem migrar para nuvem devem ter em
mente que todos os fornecedores possuem uma série de obrigações em
relação aos seus clientes. "O cliente precisa saber quem gerencia seus
dados. Deve saber, por exemplo, onde seus dados ficarão hospedados. Qual
a jurisdição em que o fornecedor trabalha. O provedor pode, por
exemplo, estar atuando nos Estados Unidos, onde há o Patriot Act, que dá
permissão ao governo violar dados, caso haja suspeita de terrorismo.
Muitas empresas podem não querer que seus dados fiquem lá por causa
disso”, afirma.
Segundo o especialista do Gartner, entender os requisitos legais de
jurisdições em que o fornecedor trabalha é um dos direitos do cliente.
Ele ainda listou mais cinco pontos importantes: o direito ao acordo de
nível de serviços que contemplem confiabilidade, remediação e passivos
de negócio; o direito à notificação e à escolha sobre as mudanças que
afetem processos de negócios consumidor; o direito de entender as
limitações técnicas ou requisitos do produto ofertado; e o direito de
saber os processos de segurança seguidos pelo provedor.
"Essa lista de direitos deve ser apresentada sempre que for negociar
com o fornecedor. Se ele não puder atender a algumas delas, o cliente
não deve fechar o negócio, deve procurar outro provedor. E tudo tem de
estar especificado no contrato”, diz Phifer.
Mas os consumidores de serviços de TI têm também suas obrigações.
"Temos o exemplo recente dos problemas com o serviço de nuvem da Amazon.
Muitas empresas ficaram quatro dias sem acesso aos seus dados porque
simplesmente não tinham feito backup. É obrigação do cliente fazer um
quando coloca seus produtos na nuvem. Não pode ficar esperando por um
mágica do fornecedor.”
Outro ponto importante é saber identificar quais as áreas menos
críticas que podem começar a ser migradas para nuvem. "As empresas devem
se perguntar: Será que é bom o suficiente para mim? Comece com as áreas
menos críticas e vá adotando a nuvem aos poucos, avaliando serão esses
serviços de TI. Algumas organizações são capazes de fazer essa
avaliação. Tem um departamento de TI desevolvido o suficiente para isso.
Outras não fazem ideia de como fazer”, informa.
Segundo Phifer, as empresas estão migrando para a nuvem por conta de
uma série de motivos. A maioria quer redução de custos. "Embora nem todo
mundo vá economizar dinheiro, pois não há uma garantia disso, a maioria
vai conseguir esse objetivo. Mas na na minha opinião, os maiores
benefícios são a agilidade na entrega de serviços computacionais e a
habilidade de escalonar de acordo com os picos de necessidades. Mas, se
não der, não vá ao Cloud agora, ainda há muita imaturidade. Em seis
meses, o que você quer pode estar disponível", conclui.
Fonte: http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2011/08/17/transparencia-do-fornecedor-e-chave-para-cloud-diz-gartner/
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