Economia do software livre
A adoção de softwares livres, programas de computador que podem ser
usados gratuitamente, possibilitou uma economia de R$ 380 milhões ao
governo federal até 2008.
Segundo o coordenador do Programa de Software
Livre do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Paulo
Pastore, nos últimos dois anos, essa economia pode ter dobrado.
"É um dinheiro que pode ser investido em outras áreas, na construção
de hospitais, escolas, ou também pode ser reinvestido na contratação de
mais gente para as áreas de tecnologia do governo", avalia.
O tema começou a ser discutido hoje no 3º Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico, que reúne mais de 5 mil pessoas em Brasília. O evento vai até a esta sexta-feira (20).
Computação em nuvem
Outra forma de o governo economizar com tecnologia da informação é a computação em nuvem, ou cloud computing,
que permite o acesso de arquivos e programas remotamente, por meio de
uma rede. Segundo Pastore, um dos usos possíveis dessa tecnologia ocorre
no recebimento das declarações do imposto de renda pela Receita
Federal.
"Todos os anos, quando chega a época da entrega do imposto de renda, a
gente tem uma grande necessidade de servidores, então temos que comprar
ou realocar cerca de 30 servidores. A ideia é que, em vez de termos 30
servidores só para imposto de renda, que na outra parte do ano vão ficar
ociosos, vamos ter uma nuvem com 100 servidores. Os serviços que
tiverem pico vão ocupar a parte que está ociosa, independentemente de
ser um servidor dedicado apenas para imposto de renda, vários serviços
vão estar rodando lá", explica o representante do Serpro.
Para a coordenadora do Programa de Engenharia de Computação da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Karin
Brietman, o país está avançado do ponto de vista do desenvolvimento de
tecnologia para a computação em nuvem, mas ainda falta rapidez de
inovação, tanto na formação de pessoas hábeis para trabalhar com essas
novas tecnologias como na criação de empresas que funcionem de maneira
mais ágil no mercado.
Segundo ela, o maior gargalo ainda é o acesso à banda larga. "Mas
imagino que o Plano Nacional de Banda Larga vai ser o divisor de águas,
vamos ter uma infraestrutura tecnológica que realmente dê conta de
suportar a mudança de todos os softwares para um modelo de nuvem",
avalia.
Plano Nacional de Banda Larga
O presidente da Telebras, Rogério Santanna, também participou do evento e disse que a implantação do Plano Nacional de Banda Larga
será fundamental para a adoção da computação em nuvem no país. "A
possibilidade de compartilhar as informações não é possível sem dispor
de uma infraestrutura adequada."
A meta de levar a conexão em alta velocidade a 100 cidades ainda este
ano está mantida, segundo Santanna, mesmo com o atraso da publicação
dos termos de referência para os editais de licitação para contratação
de serviços e equipamentos necessários para dar início ao projeto.
Ele disse que o edital deve ser publicado até o fim deste mês e que,
até o fim de setembro, a licitação deverá estar concluída. "O edital é
de uma grande complexidade e é importante a gente gastar muito tempo
melhorando a qualidade do edital para evitar depois problemas e
discussões jurídicas em torno dele", afirma.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=software-livre-computacao-nuvem-economia-governo&id=040175100819
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