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Software Livre


Estamos no caminho certo

O Banco do Brasil tem, hoje, o maior parque de soluções em software livre na América Latina. O status alcançado é recente, mas, para obtermos esse título, o caminho começou a ser trilhado há 8 anos, quando optamos pelo uso do sistema operacional GNU/Linux em nossa infra-estrutura de Internet/Intranet.

Uma decisão que ainda pode ser considerada pioneira para o mercado. Para o BB, uma decisão estratégica e responsável, que possibilitou a integração de outras soluções livres em nosso legado, como serviços, sistemas embarcados e estações de trabalho, tornando a Empresa um caso de sucesso quantitativo e, principalmente, qualitativo, nesse novo paradigma da Tecnologia da Informação.

Nossas decisões estratégicas procuram oferecer produtos e serviços mais tempestivos e diferenciados, com custos menores e mais acessíveis a todos os nichos de clientes gerando fidelização e, conseqüentemente, incremento na utilização de nosso portfólio frente à concorrência. O software livre atende a tais requisitos porque possui um conjunto de características técnicas e econômicas que auxiliam no processo decisório, dentre as quais podemos citar o ciclo de atualizações em convergência com o mercado, alinhamento com o acelerado surgimento de novas tecnologias, otimização de hardware, suporte a maior demanda de recursos e domínio sobre as soluções adotadas.

Estudos realizados por consultorias apontam que as soluções em software livre estão cada vez mais presentes nas grandes empresas e as que mais crescem em número de desenvolvedores e usuários já passam da casa dos milhões. Os grandes players de TI como IBM, Intel e Sun possuem áreas específicas para o desenvolvimento dessas soluções, empregando centenas de milhares de profissionais em áreas como kernel Linux, suporte a hardware, segurança, banco de dados e protocolos abertos. Essas empresas trabalham em conjunto e aplicam com êxito o modelo colaborativo de desenvolvimento, diminuindo seus custos de desenvolvimento, padronizando métodos e minimizando barreiras na migração de sistemas proprietários.

A Dow Jones, por exemplo, que é a maior bolsa de valores do mundo, acaba de migrar seus sistemas para o código aberto. Atualmente, o GNU/Linux é o segundo maior sistema operacional em uso no planeta e, se considerarmos apenas sistemas embarcados e serviços e/ou servidores de infra-estrutura, ocupa o primeiro posto. No Banco do Brasil, o GNU/Linux está presente em mais de 7 mil Servidores, 65 mil Estações e 4,5 mil pontos de sistemas embarcados apenas no Ambiente de Automação Bancária.

Por sermos uma empresa pública, a aquisição sem custos de software livre nos desonera do processo imposto pela Lei de Licitações 8.666, agilizando a tomada de decisão e as condições legais do BB em absorver tecnologia, além de oferecer diferenciais de negócio e reduzir também o envio de royalties para o exterior. Essas vantagens resultam no aumento da disponibilidade de recursos para investimento em tecnologia nacional, gerando novas oportunidades de empregos e renda para o País, reafirmando o compromisso do BB com o desenvolvimento da sociedade.

A implantação de software livre trouxe ainda inovação no processo de evolução e manutenção das soluções. Anteriormente, por essas serem proprietárias, dependiam essencialmente da ação das empresas detentoras de seu código. As soluções finais disponibilizadas por estas empresas nem sempre atendiam aos requisitos de softwares estipulados pelo BB para seus ambientes computacionais que, devido à criticidade e aos controles necessários, pecavam pela falta ou pelo excesso de recursos disponibilizados. Por exemplo, o uso do GNU/Linux e outros softwares livres nos servidores e estações de trabalho da Rede de Agência permitiram a customização de solução específica para este ambiente, o que resultou em uma solução interativa, enxuta e segura focada no negócio, usuários e clientes.

Uma vez que é detectada alguma dificuldade ou necessidade, por exemplo, a solução livre pode rapidamente oferecer condições de ser adaptada. Se utilizássemos um sistema operacional proprietário com sua suíte de escritório e demais aplicações, teríamos muitos recursos desnecessários e que gerariam custos de manutenção/correção pelas falhas de segurança amplamente exploradas, além da baixa aderência aos nossos sistemas de negócio, cujo crescimento ficaria limitado aos recursos e especificações proprietárias detidas apenas por um único fornecedor, gerando uma dependência em toda a cadeia produtiva de TI. Se não bastassem essas desvantagens, essa opção obrigaria o BB a ter sempre elevados custos com novas licenças dessas soluções e de seus padrões proprietários em uso ou de novos softwares/modelos que não atendem realmente a estratégia de TI corporativa, focada na efetividade, na gestão de custos e retorno sobre o investimento.

A opção pelo software livre também beneficiou o corpo técnico do BB, que passou a contar com maiores recursos para o desenvolvimento de aplicativos, levando-os conseqüentemente ao aprimoramento profissional, perenidade e evolução do conhecimento, independência e domínio das tecnologias empregadas num horizonte de tempo maior. Também foi beneficiada a comunidade de software livre que, a partir da implantação em larga escala de soluções livres no BB - considerado o maior caso de uso destas tecnologias na América Latina -, ganhou força e notoriedade no mercado nacional e internacional.

Nossos clientes passaram a ter atendimento mais agilizado e esse tempo ganho é um facilitador para o incremento de novos negócios e a eficiência um fator de fidelização. O resultado é um número menor de reclamações de usuários e clientes nos canais de atendimento, redução de multas e ganho de produtividade que se traduzem em mais vantagens para os clientes, com a redução nos custo dos serviços prestados. O cliente se beneficia de ponta a ponta neste processo e o BB passa a oferecer de forma pró-ativa novos diferenciais e funcionalidades, expandindo suas receitas em todo o ciclo de vida de seus produtos e serviços.

Acreditamos que o software livre é o maior advento da Tecnologia da Informação pós-Internet. Atualmente, se desenvolvem mais softwares do que hardware e as maiores empresas da indústria de TI têm demonstrado isso, como o Google com o projeto Android, a Intel com projetos de virtualização e gestão de energia, a IBM com seu repositório developers network, Red Hat, Mandriva e a Nokia com projetos de mobilidade. O software livre permite que evoluções sejam acompanhadas em tempo real pelo BB, resultando em uso do conhecimento obtido ao longo dos anos, além de minimizar os impactos frentes às mudanças e ciclos tecnológicos, trazendo menos dificuldades aos nossos executivos e administradores de TI na tomada de decisão. Estamos no caminho certo.

Dinis Agostinho dos Santos, analista de tecnologia do Banco do Brasil - trabalha na implantação de software livre nos ambientes da Empresa

Fonte: http://www.softwarelivre.gov.br



INCLUSÃO DIGITAL, SOFTWARE LIVRE E GLOBALIZAÇÃO CONTRA-HEGEMÔNICA.

Este texto pretende relacionar a política de inclusão digital e o movimento de software livre como um nexo fundamental da malha de iniciativas pelo desenvolvimento sustentável do país, de combate à pobreza e de globalização contra-hegemônica.

Este texto pretende relacionar a política de inclusão digital e o movimento de software livre como um nexo fundamental da malha de iniciativas pelo desenvolvimento sustentável do país, de combate à pobreza e de globalização contra-hegemônica. Primeiro, serão apresentadas alguns dos principais elementos constitutivos de uma política de combate à exclusão digital. Em seguida, será discutida a questão do software livre e suas implicações econômicas, sociais, políticas e ideológicas. Por fim, a conclusão buscará demonstrar que as medidas de universalização do acesso e uso intensivo de tecnologia da informação contra a miséria não devem ser adotadas em descompasso com as políticas tecnológicas e de autonomia coletiva dos segmentos socialmente excluídos, sob pena de tornar as políticas de inclusão em mais uma forma de expansão dos mercados e de consolidação de monopólios informacionais.

Sem dúvida, nesta introdução será necessário tratar um conjunto preliminar de questões, tais como, a utilidade, precisão e as prováveis finalidades do conceito de exclusão digital, a emergência da denominada sociedade informacional e o uso das tecnologias da informação na consolidação da globalização hegemônica e da ampliação das desigualdades no planeta.

Afinal, em um país com 11,4 % de analfabetos entre as pessoas acima de 10 anos de idade e com 50.7% da população recebendo até 2 salários mínimos1, qual o sentido de se falar em exclusão digital? A exclusão digital não seria uma mera decorrência da exclusão social? Seu enfrentamento não seria conseqüência da melhoria de condições de vida e renda da sociedade? Em outras palavras, até que ponto o combate a esta exclusão seria importante diante de tantas carências?

Para responder tais indagações é indispensável decidir do que estamos falando quando empregamos o termo exclusão digital. Uma definição mínima passa pelo acesso ao computador e aos conhecimentos básicos para utilizá-lo. Atualmente, começa a existir um consenso que amplia a noção de exclusão digital e a vincula ao acesso à rede mundial de computadores. A idéia corrente é que um computador desconectado tem uma utilidade extremamente restrita na era da informação, acaba sendo utilizado quase como uma mera máquina de escrever. Existem inúmeras outras definições, mas nesta introdução o termo em questão será considerado como a exclusão do acesso à Internet. Portanto, a inclusão digital dependeria de alguns elementos, tais como, o computador, o telefone, o provimento de acesso e a formação básica em softwares aplicativos.

A partir desta definição precária, mas fundamental, quem seriam os excluídos digitais do Brasil? Estaríamos mais incluídos que os nossos vizinhos pobres da América Latina? Os dados sobre a universalização do acesso à Internet ainda são bastante incipientes e as projeções são discutíveis, variadas e por vezes conflitantes. Incluir a questão do acesso à rede mundial de computadores no Censo e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios é uma medida estratégica para conhecer corretamente o fenômeno e sua evolução.


Fonte: http://www.softwarelivre.gov.br



Câmara dos Deputados economiza R$ 5 milhões com o Software Livre

A experiência de migração para software livre na Câmara dos Deputados é um bom exemplo de como o processo pode ser desenvolvido no setor público, especificamente em locais com uma vasta estrutura de tecnologia.

A experiência de migração para software livre na Câmara dos Deputados é um bom exemplo de como o processo pode ser desenvolvido no setor público, especificamente em locais com uma vasta estrutura de tecnologia. Nesta entrevista, o coordenador do Grupo de Software Livre do Centro de Informática da Câmara (CENIN), Olival Gomes Barboza Junior, explica em detalhes como começou a migração na Câmara, como foi a aceitação dos funcionários e quanto foi economizado pelo Legislativo. Estima-se que neste ano de 2004, pelo menos 7.000 máquinas utilizem o Open Office.

SL.GOV.BR - Como começou o processo de migração da Câmara para software livre?

Olival Gomes Barboza Junior - A utilização de Software Livre na Câmara começou de uma forma tradicional. Em 2000 e 2001, a equipe de infra-estrutura e rede começou a utilizar produtos livres para resolver questões de segurança, "relay" de correio eletrônico, resolução de nomes internet, proxy-cache e monitoramento de tráfego e serviços de rede. Em 2002 e 2003, parte da equipe de desenvolvimento começou a utilizar a plataforma Java (até então a plataforma utilizada era apenas Microsoft - COM/DCOM e .Net em grau reduzido). Assim, uma série de aplicativos livres e/ou de código aberto sobre a plataforma Java começaram a ser utilizados, como o ambiente de desenvolvimento Eclipse, "frameworks" como Jakarta Struts e vários plugins livres como Jasper, DisplayTag, entre outras. O Jakarta Tomcat como servidor de aplicação (a rigor, "jsp/servlet container") e o CVS para controle de versão de código.

Também em 2003 começamos a utilizar o OpenOffice.org na parte administrativa da Câmara, mas apenas nos microcomputadores que foram adquiridos a partir do ano passado, a fim de evitar gastos com novas licenças de MS Office. A idéia é migrar as instalações de MS Office 97 existentes para OpenOffice.org 1.1, tendo em vista o encerramento do ciclo de vida do produto proprietário, mas isto está sendo conduzido de forma gradual. Este ano estamos consolidando este objetivo com a formalização de treinamento e suporte ao OpenOffice.org na Câmara.
Este ano houve uma alteração no Grupo de SLivre e, entre outras coisas, vamos registrar algumas coisas que não foram formalizadas anteriormente e fazem falta em momentos como este. Por exemplo, o inventário dos aplicativos que estão sendo *efetivamente* utilizados. :-)

SL.GOV.BR - Quantas máquinas já migraram e como está sendo este processo?

Olival Gomes - Como não estamos fazendo uma migração completa, isto é, não estamos trocando a plataforma (proprietária) sobre a qual as aplicações rodam nas estações de trabalho, fica um pouco difícil responder com precisão esta pergunta. Mas nas estações de trabalho em geral temos algo em torno de 300 a 400 instalações exclusivas de OpenOffice.org, mas estamos colocando o OOo em todas as estações na rede, mesmo as que permanecem (por enquanto) com o MS Office, por questões de compartilhamento ativo de documentos. Estamos falando de mais de 5 mil microcomputadores (este ano este número deve ficar em torno de 7 mil, assim que a entrega e instalação de estações adquiridas no ano passado for concluída). O processo de migração para o OpenOffice.org, especificamente, está sendo conduzido este ano de setor em setor. O Centro de Informática aborda a unidade "candidata" à migração completa e faz a instalação do OpenOffice.org nas máquinas que não tenham sido contempladas com o mesmo, deixa um pessoal de apoio técnico "on site" durante um tempo pré-determinado e oferece apoio ao Centro de Formação e Treinamento da Câmara (CEFOR), que é o departamento responsável pelo treinamento em OOo.

Na parte de desenvolvimento de sistemas, em um universo de cerca de 50 desenvolvedores que codificam (não uso o termo "programadores" porque as atribuições destes aqui vão bem além de apenas produzir código), algo em torno de 10 estão utilizando Eclipse e os demais produtos livres que citei anteriormente para esta finalidade. Este número também deve crescer este ano, uma vez que resolvemos pela padronização da plataforma de desenvolvimento em torno do J2EE e, além disso, outras pessoas devem ser deslocadas para esta finalidade.

SL.GOV.BR - Quais setores da Câmara iniciaram a migração?
Olival Gomes - Os primeiros setores a utilizar efetivamente soluções livres na Câmara foram os responsáveis pela infra-estrutura de TI e rede. Logo depois temos o pessoal de desenvolvimento. Em termos mais gerais, a instalação do OpenOffice.org foi realizada de forma pontual, sendo que apenas este ano adotamos de forma mais rigorosa a abordagem setorial. Neste sentido, o primeiro departamento (com exceção do CENIN) a migrar totalmente para OpenOffice.org foi justamente o CEFOR, mesmo porque eles serão responsáveis pela multiplicação do conhecimento sobre o pacote. O próximo é o Departamento de Material e Patrimônio (DEMAP). Não temos ainda uma lista de quais serão os próximos.

SL.GOV.BR - Como tem sido a aceitação dos funcionários da Câmara?
Olival Gomes - No caso do OpenOffice.org, encontramos resistência, mas nada inesperado, tendo em vista que o MS Office 97 é utilizado há uns 5 anos por aqui. De fato, acredito que o principal problema foi mesmo de escala, pois não tínhamos como adotar de cara a abordagem "setor a setor", e a instalação pontual prejudicou o nível de serviço de alguns usuários, os quais não estavam acostumados ao produto. Também temos o problema de que várias aplicações desenvolvidas aqui fazem uso pesado de macros e "OLE Automation" do MS Office. Estas aplicações ainda vão ser migradas. Nosso maior problema está em encontrar empresas capazes de fornecer treinamento/consultoria em desenvolvimento no OpenOffice.org, bem como em fornecer um suporte nível 2 com preços competitivos. Para os produtos de desenvolvimento, a aceitação do ambiente livre está sendo bastante boa. Inclusive, parte da equipe de desenvolvimento testou um IDE Java proprietário bastante respeitado (com acompanhamento do próprio fornecedor) mas depois preferiu usar o Eclipse.

SL.GOV.BR - Com a adoção do software livre, qual será a estimativa de economia da Câmara? Quanto já foi economizado?
Olival Gomes - Não tenho um número fechado para tudo, pois a economia com a adoção normalmente é função do que não foi gasto. No caso específico do OpenOffice.org, em 2003, a economia estimada é o preço de uma licença de MS Office (equivalente ao Professional) multiplicada pela quantidade de estações em rede à época que deveriam ser migradas (para evitar os problemas de segurança). Assim, acreditamos que o número ficaria perto de R$ 5 milhões, ou algo em torno de 15% do orçamento (sem contingência) do CENIN no ano passado.

SL.GOV.BR - Existe a possibilidade de uma migração completa na Câmara?
Olival Gomes - No momento, temos diversos serviços bem estabelecidos sobre produtos proprietários, portanto não é possível afirmar que haverá (a curto/médio prazo) uma migração completa. Porém, com o amadurecimento das soluções livres no desktop e a adoção de determinadas tecnologias livres no backend (o que já começou), acredito que esta possibilidade é bem interessante.


http://www.softwarelivre.gov.br



Software de Segurança de Código Aberto

 


O software de código aberto teve seu modelo de desenvolvimento e distribuição originado na época em que o software desenvolvido, dentro do ambiente universitário, era compartilhado livremente. Já o termo "software livre” foi popularizado num seminário, organizado pela Free Software Foundation 1984, apresentado por Richard Stallman, um pesquisador do MIT e fervoroso defensor do software livre. A idéia era desenvolver sistema operacional, ferramentas de software, tais como compiladores, editores e assim por diante e distribuí-los livremente.

O código fonte do software é visto como uma forma de conhecimento científico. Então, da mesma forma que cientistas divulgam resultado de suas pesquisas para que outros cientistas possam desenvolver novas pesquisas em cima dos resultados obtidos por outros, o código fonte de software deve fomentar a inovação de maneira continuada. Entretanto, para que um desenvolvedor possa fazer uso do código fonte de um software desenvolvido por um outro desenvolvedor, torna-se necessário concordar com os termos contratuais de licenciamento. Esse contrato de licenciamento é denominado de "copyleft”.

Visando defender ainda mais tal concepção, em 1997, houve uma iniciativa (Open Source Initiative) de um grupo de profissionais da comunidade de software livre fazendo uso de bases pragmáticas como confiabilidade, custo e estratégia de negócios para justificar a adoção de software de código aberto (termo esse adotado a partir desta data por eles). O software de código aberto envolve uma variedade de licenciamento que contém critérios para distribuição conforme licença certificada OSI (veja mais detalhes em opensource.org/osd.html)

Hoje em dia, observa-se o desenvolvimento de software de código aberto em escala global, destacando-se o sistema operacional Linux o qual tem sido utilizado em mais de 30% de servidores de Internet conforme pesquisa realizada pela Internet Operating System Counter (leb.net/hzo/ioscount/).

Embora seja notório o crescimento da base de usuários de software de código aberto, um dos problemas que com o qual a indústria de computadores depara-se atualmente é a segurança de sistemas e de redes de computadores. Dados do CERT Coordination Center (www.cert.org) relatam que o número de vulnerabilidades descobertas continuam mais do que dobrar a cada ano conforme ilustrado na figura abaixo.

Percebe-se um crescimento exponencial de 1998 até 2002 e isto requer dos administradores de sistemas uma atualização constante dos sistemas instalados objetivando corrigir pontos de vulnerabilidades. Em razão dessa preocupação, um crescente número de usuários estão analisando mais detidamente software de código aberto a fim de melhor avaliar os prós e os contras quanto ao uso de ferramentas de seguranca de código aberto.

Atualmente, aproximadamente 3% do software de segurança utilizado em sistemas é representado por ferramentas de segurança de código aberto. Existe uma expectativa que esse percentual possa crescer nos anos seguintes. Com o crescimento da adoção do sistema  operacional Linux e aplicativos compatíveis, o fator segurança é de suma importância para prover proteção a sistemas e redes de computadores.

Ferramentas de segurança de sistemas de código aberto têm sido usadas cada vez mais visando proteger sistemas, evitando assim a vulnerabilidade dos mesmos. Um dos principais benefícios dessas ferramentas é o custo significativamente mais baixo. Em geral, tais ferramentas são gratuitas ou têm baixo custo (com taxas de licenciamento com valores bem mais baixos do que os produtos proprietários).

Adicionalmente, as ferramentas de segurança de sistemas de código aberto têm qualidade similar e, às vezes, melhor do que os produtos proprietários. Por exemplo, o Nessus (www.nessus.org) é um verificador de vulnerabilidades que permite a realização de auditoria remota da segurança de sites da Web. O Nessus oferece distribuição de processamento, escalonamento e executabilidade remota melhor do que os produtos similares comercializados. Além do Nessus, existe vários outros projetos de ferramentas de segurança com código aberto. Dentre elas, destacam-se:

Kerberos – Trata-se de uma ferramenta de autenticação e criptografia desenvolvida no MIT (Massachussetts Institute of Technology. Kerberos (www.mit.edu/kerberos/www) possui versões de código aberto disponíveis para Unix, Windows e Macintosh.

Snort – É uma ferramenta de detecção de intrusão em redes de computadores e também é capaz de realizar análise de tráfego de redes IP em tempo real (www.snort.org). Snort ajuda a detectar potenciais intrusões através da análise de protocolo de pacotes.

Netfilter e iptables – Netfilter (www.netfilter.org) permite os usuários fazerem o rastreamento de funções de chamada associadas com instrusão em redes e, portanto, reconhecer a ocorrência de um ataque. iptables (www.iptables.org) permite os usuários definirem ações que o sistema deveria tomar quando um ataque é detectado.

Outras ferramentas incluem Tripwire (www.tripwire.com) Saint (www.saintcorporation.com) e T.Rex (www.opensourcefirewall.com).

 

Apesar da qualidade apresentada e do baixo custo (quando existe), algumas companhias e usuários ainda relutam em adotar software de segurança de código aberto visto que ele não é desenvolvido de forma privada nem dispõe de suporte quando comparado aos produtos proprietários. A principal questão é que desde que o código fonte está disponível, algumas companhias têm receio que hackers possam encontrar ‘brechas’ ou pontos vulneráveis no código de tais ferramentas de segurança de código aberto e, assim, permitir o acesso não autorizado ao sistema. Este é, na realidade, o grande fator que impede uma maior adoção dessas ferramentas.

O software de código aberto como qualquer ferramenta de software que adote essa abordagem e, mais especificamente, as ferramentas de segurança de código aberto têm as vantagens de qualidade e baixo custo quando comparadas a produtos similares proprietários. Todavia, considero difícil haver um crescimento na adoção dessa abordagem pelas companhias uma vez que o software de código aberto permite não apenas extensões visando otimizar o código, mas também pode deixar brechas ou pontos vulneráveis que reluz aos olhos dos hackers os quais podem explorar tais brechas a fim de efetuar ataques.


Por ANTONIO MENDES DA SILVA FILHO
Professor do Departamento de Informática da UEM. Doutor em Ciência da Computação

Fonte: http://www.espacoacademico.com.br




Por que 'código aberto' não é 'software livre'

Por Dario Borghino em 3 de março de 2009

Why "open source" is not "free software"
Autor original: Dario Borghino
Publicado originalmente no:
freesoftwaremagazine.com
Tradução: Roberto Bechtlufft

Um guia para você escolher sua licença de software livre


Decidir lançar um software sob os termos de uma licença de software livre é um passo importante através do qual muitos programadores se aproximam pela primeira vez da comunidade do software livre. Só que a enorme quantidade de licenças disponíveis às vezes pode confundir e desorientar o usuário, tornando o primeiro passo muito mais difícil do que deveria ser. Vamos tentar clarear as coisas.


Software livre x Licença padrão de copyright


Suponha apenas por um momento que você seja um estudante lendo um livro de física que explica a teoria da relatividade. Você é capaz de ler o livro, de usar a notória fórmula E=mc^2 para resolver todos os exercícios e, se for particularmente brilhante, talvez até parta daí para a criação de uma nova fórmula que levará a uma nova descoberta científica. Em outras palavras, o conhecimento científico é de domínio público, todos podem usá-lo e redistribuí-lo livremente e não é preciso pagar royalties ao sobrinho do Einstein sempre que você tiver que solucionar um problema complicado de física ou ao divagar sobre a viagem espaço-temporal.

O mundo da tecnologia, por outro lado, é amplamente dominado pelas patentes, gerando um modelo "fechado" e competitivo, no qual o conhecimento raramente é compartilhado sem que haja dinheiro envolvido. As empresas se esforçam para patentear suas mais recentes inovações tecnológicas e maximizar a capitalização delas, como era de se esperar. Infelizmente isso acarreta uma série de conseqüências importantes: a licença sob a qual um item patenteado é distribuído ao público geralmente proíbe a engenharia reversa e, de modo geral, qualquer tentativa de compreensão do mecanismo pelo qual a tecnologia em questão funciona.

Nesse sentido, as licenças de software livre podem ser encaradas como uma tentativa de tornar o mundo da tecnologia bem mais semelhante ao mundo da ciência, particularmente na área do software para computador. Cada software distribuído sob uma licença livre concede a todos o direito de desmembrar, recompilar, manipular e personalizar o produto, tornando possível entender seus mecanismos internos e adaptar o produto às necessidades do usuário.

Podem haver muitas razões para que você queira lançar seu trabalho sob uma licença de software livre. Em primeiro lugar, como você já deve saber, software livre em inglês é "free software", e embora "free" também signifique "gratuito", no caso do software a palavra é usada no sentido de "livre", de conceder aos outros a liberdade de modificar e redistribuir seu trabalho.

De modo geral, não há nada que o impeça de cobrar uma taxa pelo seu produto ao adotar uma licença livre, exceto nos casos em que a licença o proíba explicitamente de fazê-lo. Já que é você, o autor original, que pode decidir exatamente qual licença adotar, só o que tem a fazer é escolher a licença em maior sintonia com você e suas necessidades específicas, ao invés de optar por uma (a licença padrão de copyright) sobre a qual você não tem qualquer controle.

Nas últimas décadas, os fabricantes de software vêm tentando ter controle total sobre a licença que usam para distribuir seus trabalhos. Dá para ter uma idéia disso conferindo esta lista parcial de licenças livres na Wikipédia.


Pequenos detalhes fazem a diferença: escolha a licença que atenda às suas necessidades


Um ponto comum de confusão entre os termos "código aberto" e "software livre" das licenças: embora sejam muito semelhantes em diversos aspectos, formalmente tratam-se de dois movimentos separados. Isso se deve principalmente a razões históricas que resultaram na caracterização do termo "código aberto" como algo bastante diferente de seu sentido original. Para saber mais sobre o assunto, leia este interessante artigo de Richard Stallman.

A beleza das licenças livres está em sua flexibilidade extrema e sem precedentes. Um exemplo bastante conhecido é a Creative Commons, que é adotada em um número cada vez maior de sites. A Creative Commons não é uma única licença, mas sim um pacote de licenças desenvolvidas para que os usuários escolham exatamente quais direitos conceder e quais negar, permitindo total controle sobre os termos legais associados ao trabalho que está sendo distribuído.

Obviamente, isso significa que você vai ter que pesquisar mais um pouco para escolher a licença mais apropriada ao seu caso. Sim, as licenças Creative Commons são muito flexíveis, mas algumas pessoas argumentam que embora sejam, junto com a GFDL, uma excelente opção para seus artigos e demais conteúdo escrito, elas não são as melhores opções se o que você pretende é escrever software e redistribuí-lo. Vamos dar uma olhada nas características das licenças livres mais comuns para código fonte.

GNU General Public license (GPL): disparada a licença mais usada para software livre, especialmente por motivos históricos. Uma cópia completa dos termos e condições tem que ser incluída em cada projeto lançado com esta licença. Resumindo, você pode usar o software para qualquer propósito, alterá-lo de acordo com suas necessidades e compartilhá-lo, bem como as eventuais versões modificadas que você vier a produzir. Para uma explicação mais detalhada, consulte este guia.

Licenças BSD: consideradas mais permissivas que a GPL padrão, as licenças BSD (Berkeley Software Distribution) formam os termos sob os quais o sistema operacional FreeBSD é distribuído. O software licenciado sob esses termos permite que os desenvolvedores de ferramentas comerciais proprietárias o incluam em seus projetos. Talvez o exemplo mais citado dessa situação seja a inclusão do kernel do FreeBSD no sistema operacional Mac OS X da Apple.

Domínio Público: se você quer conceder a qualquer um o direito de usar seu trabalho do jeito que quiser, então o melhor a fazer é lançar o trabalho como domínio público. Ao lançar o trabalho como domínio público, você está efetivamente renunciando aos seus direitos sobre ele. Agências do governo como a NASA e várias outras liberam fotos e conteúdos diversos dessa forma. Na maioria dos países, os direitos sobre o trabalho de uma pessoa cessam após um certo número de anos (geralmente entre 70 e 100 anos) da morte do autor. Geralmente esses trabalhos entram em domínio público.

Ao ver tantas licenças promovendo exatamente a mesma filosofia de maneiras levemente diferentes, é normal que se pondere se a existência de uma única licença para o software livre que "unificasse" todas essas não seria melhor, ou se pelo menos os gerentes de projeto não poderiam ser um pouco mais flexíveis ao escolher uma licença compatível com a vasta maioria das que compartilham os mesmos princípios.

Nem preciso dizer que isso está longe de acontecer. Não é nem um pouco difícil encontrar histórias sobre disputas, incompatibilidades e controvérsias legais originadas pelo mal uso e interpretação errônea dos termos da licença, mesmo dentro da própria comunidade do software livre.


Um caso de estudo: problemas entre o Mozilla Firefox e o Debian Linux por causa do logotipo


A controvérsia entre o Mozilla Firefox e o Debian Linux certamente é um exemplo de problema originado de pequenos detalhes e que acabou evoluindo, resultando em decisões um tanto drásticas.

O Mozilla Firefox, muito provavelmente o aplicativo livre mais conhecido atualmente, não é distribuído sob nenhuma das duas licenças de software livre mais comuns, como a GNU General Public License (GPL) ou a BSD (que é mais permissiva), mas por um híbrido das duas.

Resumindo, a MPL (Mozilla Public License) permite que o software seja modificado, desde que a modificação seja distribuída com um nome diferente e use outro logotipo.

O motivo para a adoção da MPL foi a necessidade da Mozilla Corporation proteger a sólida reputação de seu software. Imagine o que aconteceria se um fork popular mas não oficial do "Mozilla Firefox" fosse cheio de bugs. O usuário teria a impressão de que o projeto inteiro é instável e de baixa qualidade.

A princípio, o Debian Linux - a popular distribuição GNU/Linux conhecida por dar muita atenção aos termos de licença de seus pacotes e à estabilidade deles - teve permissão para usar a marca comercial da Mozilla e adotar o nome "Firefox" mesmo em trabalho artístico personalizado e não proprietário específico da distribuição.

Porém, em fevereiro de 2006, a Mozilla Corporation decidiu revogar o acordo da marca comercial devido ao que a corporação interpretou como um mal uso do nome "Firefox".

O resultado da longa discussão foi que o Debian Linux decidiu abandonar a marca Firefox, optando pelo nome "Iceweasel", em referência a um projeto anterior do projeto GNU.


Para encerrar de maneira positiva: a GFDL do GNU e a CC


Em 1° de dezembro de 2007, Jimmy Wales, co-fundador da Wikipedia, anunciou que após um período de negociações com a Free Software Foundation, a Creative Commons e a Wikimedia Foundation fizeram uma proposta de modificação da GFDL - talvez a licença mais conhecida para documentação livre - de forma a ser compatível com a CC-BY-SA (direitos de atribuição-compartilhamento pela mesma licença).

Isso certamente é uma coisa boa, já que a GFDL e a Creative Commons são certamente duas das mais disseminadas licenças para documentação em uso atualmente, e saber que as duas caminham para resolver suas diferenças visando abraçar o espírito do software livre certamente fortalecerá a comunidade do software livre.

O grande número de licenças de software livre disponíveis claramente reflete as diferentes necessidades dos usuários e as diversas razões de ser de cada uma. Porém, é possível que a comunidade do software livre testemunhe outras tentativas semelhantes de trabalho em equipe buscando compatibilidade. Dessa maneira, as questões legais de menor relevância podem ser deixadas de lado, tornando os processos de reutilização, modificação e redistribuição bem mais fáceis de implementar.

Créditos a Dario Borghino - freesoftwaremagazine.com
Tradução por Roberto Bechtlufft <roberto at bechtranslations.com>

Fonte: http://www.hardware.com.br




Quebrando os mitos do software de código aberto
Nesse artigo John Robinson lista 10 mitos que envolvem o conceito de software de código aberto e para
cada um deles nos apresenta argumentos que podem ser usados para debates com quem realmente acredita que esses mitos existem.


Por:
José Luiz Litvay


O texto abaixo é uma tradução do artigo OSS Myths Debunked!, escrito por John Robinson. O artigo original pode ser encontrado em:
10 - Software de código aberto é desenvolvido por hippies de cabelos compridos
  • Não: é desenvolvido por pessoas respeitáveis e desenvolvedores que os suportam.
  • Estão sujeitos a metodologias e disciplina de desenvolvimento estritas.
  • Exibem um nível de inovação e estabilidade não vistas em lugar algum.

9 - Código aberto carrega um maior risco de abandono e obsolescência
  • Na verdade a manutenção/evolução do software aberto é distribuída em vez de centralizada, abrangendo habilidades e talentos de muitos.
  • Revisões reforçam a necessidade de seguir padrões e práticas aceitas.

8 - Software de código aberto é menos seguro que software proprietário
  • Não é verdade: o mesmo princípio que faz a internet à prova de falhas se aplica (conhecimento distribuído).
  • Muitos estudos concluíram que o código aberto é MAIS SEGURO que o proprietário.

7 - Software proprietário tem mais qualidade que código aberto
  • Errado. Código aberto é visto por mais olhos que o proprietário.
  • Da mesma forma que revisões por diversas pessoas fazem os trabalhos escolares e científicos serem de alta qualidade, as revisões deste tipo produzem software de alta-qualidade.

6 - Código aberto é bom para pesquisa e experiências, mas apenas software proprietário é apropriado para empresas
  • Surpresa: Aplicativos de código aberto estão rodando na maioria dos ambientes empresariais.
  • Mais de 64% dos web sites da internet rodam servidores Apache e MySQL tem 4 milhões de instalações.
  • IBM se definiu com o provedor de serviços de código aberto e HP reportou em 2003 vendas de US 2 Bi associadas a Linux.

5 - Qualquer coisa com "open"no nome é mesma coisa que "open source" (código aberto)
  • Errado novamente. Código aberto não se refere a padrões abertos, apesar de que padrões abertos (open standards) podem ser usados para desenvolver aplicativos de código aberto.
  • Código aberto não se aplica a software que é distribuído com o código fonte - junto à liberdade de rodar, modificar e distribuir cópias.

4 - Software de código aberto também requer um exército de programadores, fazendo o código aberto apropriado apenas para grandes instituições de recursos
  • A comunidade de código aberto providencia um alto nível de suporte mútuo.
  • Devido ao sentido de propriedade não amarrar, instituições podem facilmente fornecer recursos para desenvolver melhorias e distribuir custos.

3 - A estratégia do código aberto é vá sozinho
  • Na verdade os projetos de código aberto são baseados na colaboração e forte suporte "peer".
  • Suporte comercial ao software de código aberto adiciona outro nível de segurança.
  • A comunidade guia inovações e avanços no software contribuindo com melhorias de volta para o projeto.

2 - Código aberto é desnecessário: As maiorias das instituições não necessitam ver ou mudar o código fonte
  • Acesso ao código fonte é realmente sobre liberdade e controle.
  • Sem acesso, você depende do fornecedor.

1 - Software de código aberto é de graça
  • Software de código aberto é geralmente de licença gratuita, mas não é livre de investimento completamente.
  • Tanto software proprietário como código aberto necessitam de implementação e suportes complementares.
  • Com o código aberto, mais dinheiro pode ir ao centro de desenvolvimento, integração, padronização e outras atividades que agregam valor.

Fonte: http://www.vivaolinux.com.br




O código aberto e suas promessas contraditórias
Mauro Sant'Anna

Um novo setor de atividade econômica surgiu e evoluiu nos últimos trinta anos: o segmento de software. Entre vários países, o Brasil também participa desse mercado com muito sucesso. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica da USP (FIPE), as empresas de software do país detêm 300 mil vagas de empregos e oferecem salários que chegam a ser três vezes maiores do que a média no país.

Ao longo desses anos desenvolveram-se diversas formas de licenciamento de software. O cliente pode comprar uma caixinha e usá-la em apenas um micro ou comprar certo número de licenças em função da quantidade de pessoas que usarão o mesmo produto em computadores diferentes. Ou ainda fechar um contrato com número ilimitado de licenças, que podem ser perpétuas ou por um período de tempo limitado.

O acesso ao código-fonte também varia conforme o tipo de licença. Quando trabalhei na década de oitenta com Turbo Pascal e produtos da Turbo Power Software o código-fonte era aberto, embora não se tornasse propriedade do usuário. Na época, a IBM também permitia acesso à fonte de alguns de seus produtos como, por exemplo, o sistema de entrada de dados em Assembly 370.

As formas de distribuição também variam muito, desde caixas adquiridas em lojas especializadas até licenças compradas de vendedores que visitam empresas de maneira semelhante à de representantes de outras mercadorias. A partir dos anos oitenta se popularizou uma fórmula de distribuição exclusiva de software conhecida como shareware. No shareware você pode copiar indiscriminadamente um produto de software, com alguma restrição, e comprá-lo depois de testado.

Em 1989, Richard Stallman criou um tipo de licença que chamou de copyleft, mas que hoje é mais conhecida como open source, que é a base do software livre. A licença desse tipo que se tornou mais conhecida é a GNU General Public License, que se caracteriza por incluir a fonte do produto junto com a licença e permitir modificações que sejam compartilhadas com a comunidade de desenvolvedores.

Para os usuários, o open source parece ter caído do céu, pois o software não apenas pode ser copiado à vontade como também, aparentemente, apresenta custos que tendem a zero. Uma questão importante que se faz aqui é: como os desenvolvedores de software sobreviverão se não puderem vender seus produtos, como fazem hoje? Curiosamente, várias empresas brasileiras e estrangeiras que promovem o Linux, o sistema operacional de código aberto, sobrevivem das vendas de licenças de software comercial fechado.

Outro aspecto importante é que o software aberto não é gratuito, como muitos pensam, porque exige serviços de implantação, manutenção, treinamentos de pessoal, usando muitas vezes ferramentas incompatíveis entre si e, conseqüentemente, de baixa produtividade e altos custos. Existem estudos que apontam inclusive que o custo total de uso do software aberto é maior do que o do software comercial.

Outro grande problema é quem dá garantia. No caso do software aberto a resposta é simples: ninguém. Não há garantia quanto à continuidade do produto, ao conserto de eventuais defeitos, à adaptação a novos equipamentos, à compatibilidade com outros produtos e à não-violação de licenças ou patentes de terceiros.

Outro mito sobre o software de código aberto é o de ser mais seguro porque existem milhões de desenvolvedores verificando o tempo todo se há falhas em seu código-fonte. No entanto, se o usuário precisar de suporte técnico dificilmente encontrará auxílio abundante e muito menos gratuito.

Como se percebe o software livre está longe de cumprir todas as promessas que fazem ao seu modelo de desenvolvimento, distribuição, licenciamento e negócios.

Mauro Sant'Anna é diretor da Architettura, empresa especializada em soluções de tecnologia e participante do programa Microsoft Certfied Partner. O autor do artigo foi indicado por Eduardo Campos, gerente de estratégia de mercado da Microsoft Brasil.


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