Foi somente depois que a equipe do Memphis Press-Scimitar teve a
confirmação de uma fonte confiável de que Elvis realmente estava morto
que Dan Sears, da radio WMPS, de Memphis, deu o furo jornalístico,
seguida pela estação de TV WHBQ-TV, que interrompeu a programação para
noticiar uma das mortes que, até hoje, causou maior consternação em todo
mundo.
Ontem soube da morte de Steve Jobs quase que imediatamente pelo
Facebook. Em minutos, a notícia se espalhou como rastilho de pólvora
pelas redes sociais e o número de acessos derrubou o Twitter. Da mesma
forma como aconteceu com Elvis, Steve também já havia sido dado como
morto em 9 de setembro pelo perfil do Twitter do programa What’s Trending, da TV americana CBS, que, pouco depois, publicou outro tweet com um pedido de desculpas desmentindo a notícia.
As redes sociais são assim: uma "parede que tem ouvidos”. É como
cultivar o hábito de ouvir a discussão do casal da mesa ao lado e depois
sair espalhando a fofoca da separação pelas vielas da cidade. As fontes
oficiais não são mais as mesmas e diferenciar fatos de boatos vem se
tornando um desafio cada vez maior, inclusive, e principalmente, para os
próprios meios de comunicação. Saber acompanhar a disseminação de uma
notícia pela rede tornou-se um exercício que acabou por transformar cada
um de nós em um repórter investigativo, deixando os veículos
tradicionais em segundo plano.
O fato da notícia ter vindo à tona de noite nos Estados Unidos, e
também aqui no Brasil (por volta das 21h00), certamente teve um impacto
ainda maior na Web. Este é um horário de pico de audiência nas redes
sociais. A repercussão levou o mundo on-line a uma verdadeira avalanche
digital de manifestações, de famosos ou não, criando um verdadeiro
velório virtual que, não há dúvidas, foi o maior até hoje.
As TVs se apressaram em tirar das gavetas os obituários de Steve
Jobs, cuja morte anunciada deixou as emissoras de prontidão (há 3 anos a
Bloomberg já havia deixado vazar o obituário de Jobs).
Mas elas não conseguiram acompanhar a velocidade da repercussão das
notícias na Web e quem ficou conectado no Facebook e no Twitter durante
as horas após o anúncio seguiu, segundo a segundo, uma ladainha virtual
sem precedentes. Sua biografia no Wikipedia
foi atualizada poucos minutos depois do anúncio oficial. Na medida em
que as manifestações iam surgindo, uma legião de fãs de Jobs curtia (o
Facebook precisa criar outro botão para ocasiões como esta!) e
compartilhava notícias, vídeos, páginas sobre seu ídolo.
Foram nada menos que 858 mil tuítes em uma hora, inclusive de ilustres
como Barack Obama, Bill Gates e Mark Zuckerberg. A hashtag
#RIPSteveJobs chegou rapidamente, junto com outras, ao Trend Topics. As frases lendárias
de Jobs se disseminaram freneticamente e quem se atreveu a tocar em
outro assunto no Twitter foi alvo de críticas. Infeliz, a ex-governadora
do Alasca, Sarah Palin,
decidiu anunciar na hora errada, pouco antes da notícia da morte de
Jobs, que não disputaria a presidência dos Estados Unidos em 2012.
Depois de postar vídeos eleitorais no microblog, Palin recebeu mensagens
de que pouco importavam seus posts, já que o mundo estava de luto.
O mundo parou com a morte de Elvis. A Internet, hoje nosso espelho do
mundo, enlouqueceu com a morte de Jobs. No Facebook cresce sem parar o
número de seguidores da página RIP Steve Jobs e sugiro acompanhar o que irá acontecer no próximo dia 14 com o flashmob Steve Jobs Day, criado no Facebook. O Google prestou homenagem, inserindo na sua home sua data de nascimento e morte. A Apple também mudou sua home.
Para os nerds e admiradores, a história passa a ser dividida entre
ASJ e DSJ. A notícia de sua morte se viralizou em suas próprias criações
e há quem diga que a esta hora ele já está inventando uma maneira de
tornar a vida após a morte menos chata e mais inovadora.
E já que a Web nos permite eternizar registros históricos, vale compartilhar, e guardar, alguns links:
- A apresentação do primeiro Macintosh em 1984
- A apresentação do primeiro iPhone
- A apresentação do iPad
- O famoso discurso na formatura de Stanford
- Em encontro com Bill Gates
- Os 10 comerciais memoráveis da Apple
E deixo aos leitores o convite para que deixem suas contribuições e
eternizem seu legado com outros links para vídeos, posts, páginas e tudo
mais que desejarem compartilhar.
Ou será que, assim como Elvis, Steve Jobs não morreu?
Fonte: http://idgnow.uol.com.br/blog/visaodemundocom/2011/10/06/opiniao-steve-jobs-nao-morreu/